quarta-feira, 4 de abril de 2012

Profissão: Político.


Vou me engajar numa das profissões mais antigas da história da humanidade, desde que o mundo é mundo já existe essa classe trabalhadora. Na Roma antiga, por exemplo, os senadores e deputados que serviam ao Rei, já se guilhotinavam na tentativa de ter voltados para si algum tipo de benefício, esta realidade está explícita no filme Gladiador de 2000.

Coincidências a parte, o tão famoso Pão e Circo ganharam proporções enormes. Com o crescimento urbano vieram também os problemas sociais para Roma. A escravidão gerou muito desemprego na zona rural, pois muitos camponeses perderam seus empregos.

Estes desempregados migraram para as grandes cidades em busca de empregos e melhores condições de vida. Receoso de que pudesse acontecer alguma revolta de desempregados, o imperador criou a política do Pão e Circo. Esta consistia em oferecer aos romanos, alimentação e diversão.

Quase todos os dias ocorriam lutas de gladiadores nos estádios (o mais famoso foi o Coliseu de Roma), onde eram distribuídos alimentos. Desta forma, a população carente acabava esquecendo os problemas da vida, diminuindo as chances de revolta.

No mundo moderno, segundo dados da ONU (não conferi a veracidade desses dados), dos 181 países que fazem parte desse bloco, só o Brasil paga salários aos vereadores. Antes de 1971, só as grandes capitais pagavam um valor modesto aos Edis. Em outras partes do mundo, o vereador trabalha para o bem da comunidade sem custo algum.

Na internet circula um vídeo onde uma funcionária do governo sueco mostra a humilde residência do deputado daquele país paga por ele, é um apartamento funcional para os parlamentares passarem a semana com espaço entre 18 e 40m², a cozinha e lavanderia são comunitárias, não existe secretário, assessor, nem carro com motorista para o parlamentar.

Já aqui no Brasil a situação é bem diferente é claro, afinal, atender aos nobres e lordes que ocupam essas cadeiras no congresso é uma extrema honra para nós plebeus.

Levantamento do *Congresso em Foco* mostrou que 91% das ausências dos deputados e 70% das faltas dos senadores foram abonadas pela Câmara e pelo Senado.

Quer dizer, o Senado abonou 70% das 1.158 faltas registradas pelos senadores em 2011. Ao todo, 489 ausências ficaram sem a devida explicação. O índice foi ainda maior na Câmara, onde 91% das 8.573 ausências dos deputados foram perdoados em função das justificativas apresentadas. Não houve justificativa para 758 faltas. Os parlamentares, porém, têm até o final do mandato para justificar suas ausências. Ou seja: o percentual de faltas justificadas deverá crescer ainda mais.

Diante de tal cenário, adeus jornalismo, paga-se mal e não existe mais respeito, comparando com essas disparidades. Wilson Balaions 2016 vem aí.

Wilson Balaions. Radialista e Jornalista. 02.04.2012.



2 comentários:

  1. Gostei bastante! Problema é exatamente este: sobram políticos (pessoas que trabalham com foco em reeleição) e faltam estadistas (pessoas que fazem política para a sociedade, sem o foco em reeleição), no Brasil.
    Na realidade, o termo política deveria ser empregado como sinônimo de estadismo, pois, em Roma antiga, política significava pureza - o que não acontece aqui.
    A discussão é bem profunda, precisamos de uma reforma política urgente, não podemos deixar para discutir voto obrigatório, voto distrital, salários de políticos etc apenas daqui vinte anos. Temos de fazer isso de pelo menos em oito em oito anos, de dez em dez, exagerando, como fazem Estados como a Suiça e outros de se admirar o jeito convergente de fazer politica e estadismo.
    Parabéns pela coluna, estou sempre espiando!

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  2. Pois é Vini, os caras primeiro se preocupam com eles e depois com o povo. Vou para cima mesmo, continuar fazendo o que gosto e quero e ainda posso ajudar a população de algum jeito.... Abraço e sucesso, vc é um cara muito competente e seja grande em determinados lugares....

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