Eita Brasilzinho bagunceiro esse, menino moço de pouco mais de 500 anos que insiste em fazer bizarrices, mal chegou a sua adolescência e já acha que é adulto, que já pode votar, que já pode dirigir, pode beber, quem você pensa que é hein seu moleque?
Me olhas assim por que? Pensas que não és um moleque? Já reparou quem anda te guiando a vida? Desde que você era uma pobre criança, aliás, você tinha um berço esplêndido lindo e um quintal invejável, cheio de matas, florestas, índios, esses você que nunca gostou mesmo, aí, apareceu o europeu, puxa, para que?
A única coisa que fizeram foi te roubar quase tudo, mataram vários índios, trouxeram doença, e depois, te instituíram uma república onde só quem sabia ler e escrever mandava, os negros, coitados, escravidão parecia uma regalia à eles, quer saber, tu és órfão de pai e mãe, a Pátria, foi sua mãe que partiu.
Os anos foram passando, você foi crescendo e nem se deu conta que seu quintal já não era mais o mesmo, já haviam destruído muito dele. Te fizeram adulto e depois criança, com quantos anos aprendeu jogar bola mesmo, 400? Logo depois venceu seu primeiro campeonato e ainda mal sabia escrever.
Todo o tempo zombam de ti, seus inquilinos vivem fazendo churrasco, assistindo o esporte nacional predileto, fazendo festas, enquanto, bem no seu coração, Brasília né que o chamam, te destroem as veias, suas artérias só não sucumbiram, porque seus glóbulos vermelhos e brancos trabalham a fio para mantê-lo de pé.
Pobre de ti Brasil. Percebo que queres gritar a sua independência, não aquela às margens do Ipiranga, mas, a definitiva, a libertadora. Ficou decidido que de quatro em quatro anos você pode escolher seus comandantes, até troca-se alguns, mas o vício está te matando.
Você não consegue largar a corrupção, a burocracia que por muitas vezes é vista como burra, o petróleo que agora esta em alta, esta servindo de motivo para que muitos de seus glóbulos precisem dele para se locomover, veja só, logo tu que quer ser independente. Ta mal de direção hein amigo.
E agora! Você vive reclamado por justiça social, por um ambiente mais saudável, mas, é no seu interior que as coisas mais funcionam, parece um serviço de auto-ajuda, os glóbulos, tanto os vermelhos quanto os brancos, vivem se multiplicando e se ajudando, não param, não cansam e o melhor, não desistem.
Fazer de tu grande será um enorme desafio, ah tá, já sei que és grande bobão, mas precisa estudar amigo e muito, melhorar sua conduta e seus “conselheiros”. Vamos fazê-lo imponente, invejado, será que podemos? Sim, nós podemos.
Dos filhos destes solo és mãe gentil...
Wilson Balaions. Radialista e Jornalista.